E da mesma esotérica janela de vidraças azuladas, o silencio corroía a sua entrada. Ele queria es-can-ca-rar sua presença, mostrar sua in-ausência em cores vibrantes. O silêncio carente não bateu na porta, nem tocou a campainha. Entrou como se fosse sua a casa. Sentado na cama em frente a janela junta ao silêncio. Meu coração bate forte, o escuto bater. Minhas entranhas trabalham a ritmo da fome, as escuto gritarem também. E um enorme chiado, o mais marcante é esse chiado, pulsante. Aos poucos paro de prestar tanta atenção nos ruídos do corpo e foco apenas no chiado, cada vez mais forte pedindo presença, pedido para ele ir embora, agoniando e eu enlouquecendo junto também. Escuto um latido no quintal, baixinho. Num instante, fico sozinha. Lembro que a vida.... continua
quarta-feira, 24 de janeiro de 2024
A noite um conjunto de latidos baixinhos corroem minha janela
quinta-feira, 11 de janeiro de 2024
Malditas sejam as baratas
Não começaram por aqui, vieram das colinas adentrando
Aos poucos o asfalto foi crescendo, os grande labirintos de ferro e concreto
Foram entrando
Nos altos, nos baixos
Seja solo, subsolo, sobresolo
Podia ser o que seja,
Primeiro ruas, logo após casa, prédios, daí os comércios
Supermercados, grifes, butiques.... bares... restaurantes
Estão por todo lugar
Usufruiem dos vidros e guarnições, o caro luxo do concreto
Dos pratos, lambiam as lascas
Dos trabalhadores, só fazem o inferno
Possuíam,
Adentravam,
Destroçavam. Para nós, restou nada apenas poucas migalhas-horas,
Restos de restos e um péssimo psicológico. Sugavam tudo, querem tudo.
Nada bom o bastante para seus paladares.
Peço que suas antenas não captem tal testamento,
Malditos sinais de rádio atentos a quaisquer deslize, qualquer sinal, antena ré-melexe.
Te peço não ser palco a sangue lhe pedindo apenas alguns móveis cafonas
Malditas sejam os clientes.... quer dizer as baratas
Conto-Historia-Manifesto
De começo peço licença, para você, para esse ano de 2024.
Até então nada o fiz.
Eu, a boba da minha própria historia, descubro que ficar sentada postergando fatos a mostra não parece ser uma boa saída para um clímax sem sal em um conto sem açúcar. Descubro um ano que começa com loucuras ao pé da minha própria espiritualidade e péssimo hábitos de sono. Em algumas de minhas conversas vindas ao acaso em meu ano passado me vem essa curiosa prosa sobre os três pilares de uma cabeça humana, as que a rege. O personagem é definido em três graus: Neurótico, Psicótico e/ou Perverso. Passei um bom tempo do ano passado até esse momento com essas divisões na cabeça. Em si como todos, sou neurótica. Tenho neura com tudo, ainda mais quando toca algo dentro de meu espaço ou que eu pense que esteja dentro desse meu tão pequenino e insignificante espaço. Psicótica, guardo aos meus próprios delírios explicarem essa parte do meu gráfico pessoal. Agora perversa é o que fica como incógnita em minha mente, acho que todos somos perversos, eu sou perversa. Tenho meus próprios demônios os quais me regem e me levam para dar voltas aonde não quero ir. Minha cabeça que passa por cada canto, suicídio a homicídio, a própria beleza horrenda da arte feita ao corpo vermelho escarlate, cor tão bela, intensa. A querida manipulação ensinada a risca, que até hoje me acerta em cheio na cara, que eu atiro e faço tiroteio.
Defesas, nós nos tornamos defesa, rosas e espinhos contra cravos com medo. Pessoas acuadas que da mesma forma tem defesas, rosas e espinhos contra cravos com medo, nessa historia que escrevo sou rosa, sou espinho. Nesta historia que você lê eu sou um cravo com medo, ou melhor uma travesti com medo. Medo, medo, medo. De ser varrida com a mão, ficar nua em frente a rua, subserviente, me colocarem como subserviente entre escolha um cu ou uma cabeça arrombada. Tenho medo de nessa luta por existir, poder existir, eu apenas parar. Pois bem, sim sou perversa, o mundo me fez achar esse espacinho que tinha aqui dentro, desconhecido. Me protejo do mundo que me abriu os olhos.
Meus olhos que veem outros me olhando com raiva, desdém e desejo. A mão que atravessa meu corpo sem permissão, as falas que roubam as cenas felizes do meu filme diário. As vezes acho que a Ancine patrocina meu roteirista, bem que queria contato pra poder falar umas poucas e boas. Mas bom, aonde quero chegar é na boba sem clímax, no final das contas eu quero uma historia com muito sal e muito açúcar. Quero uma historia que exploda em hipertensão, que acabe diabética. Eu quero amar estar viva, eu quero amar poder ter tantas possibilidades. No entanto, aqui estou eu, sentada a onze dias tentando processar o que me atravessa, tentando descansar meu corpo de ficar dobrando horas de trabalho pra ganhar mais cem mirreis que infelizmente fazem muita diferença. Tentando esquecer as ultimas pessoas que insistiram em entrar sem permissão.
Aqui nesta historia-manifesto, te peço licença para você, para 2024,quero te dizer vai se fuder.
Espero não ter que lidar com você, me deixa quieta, quero paz 2024.
Com grande desprezo, Querô Leal,
Querô de Querôsene
A noite um conjunto de latidos baixinhos corroem minha janela
E da mesma esotérica janela de vidraças azuladas, o silencio corroía a sua entrada. Ele queria es-can-ca-rar sua presença, mostrar sua ...
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E da mesma esotérica janela de vidraças azuladas, o silencio corroía a sua entrada. Ele queria es-can-ca-rar sua presença, mostrar sua ...
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